Inspiramo-nos nas problemáticas que vão surgindo no nosso percurso e apresentamos algumas reflexões para acrescentar um pouco de sabedoria, perspetiva e know-how às nossas famílias.
Como pais e/ou educadores, ansiamos que a autonomia e a responsabilidade das nossas crianças se desenvolva rapidamente. Sabemos que o mundo que todos enfrentamos hoje é exigente e desafiante e consideramos estas duas características muito úteis num caminho bem-sucedido. Só que muitas vezes, tanto como pais ou como educadores, sentimos que as nossas crianças até são cumpridoras, organizadas e inteligentes mas têm dificuldade em expressar a sua autonomia e ser responsáveis. E reconhecemos que, com esta característica, além de aliviar agenda da parentalidade esta característica permite às nossas crianças ir mais além e fazer uma aprendizagem mais significativa e com efeitos a longo-prazo.
Como sempre, no mundo da educação e da parentalidade, não há receitas nem truques mágicos (embora muitas vezes desse jeito!) e aquilo que pretendemos desenvolver nas nossas crianças parte, em primeiro lugar, de nós, pais ou educadores.
Na leitura do livro "Educar com Bom Senso" escrito por Javier Urra em 2009, é possível encontrar algumas dicas para que as crianças e jovens possam desenvolver a sua autonomia e responsabilidade. O autor delega algumas acções que os pais devem ter em conta quando pretendem estimular estas habilidades. Cá vão elas:
Elogiar as conquistas alcançadas e o seu esforço.
Ensinar com o exemplo.
Estimular a participação dos filhos na vida quotidiana.
Ajudar para que os filhos se vejam de maneira realista e reconheçam os seus valores e dificuldades.
Não gritar nem ameaçar.
Não sobre-proteger os filhos, deixando que se desenvolvam face às dificuldades.
Não comparar os filhos com outras crianças ou fazer com que se sintam envergonhados.
Manter critérios e coerência perante os filhos.
Um dos desafios com que nos deparamos na nossa comunidade é o papel "desvinculador" que a escola pode exercer sobre as famílias. Além de impor um ritmo de trabalho incompatível com as vidas familiares é ainda exigido pela escola que as famílias apoiem os seus educandos sob pressão, transmitindo uma cultura de trabalho pouco saudável. Ao longo deste processo são geradas tensões e conflitos por vezes muito difíceis de desmontar e que põem em causa a ligação emocional e o contacto com os pais! Nada é mais improdutivo para o percurso escolar de uma criança do que uma relação tensa e disfuncional com os seus progenitores e parece que o sistema educativo atual, em vez de contribuir para relações familiares prósperas e saudáveis, se tem aproveitado desta disfunção para exigir cada vez mais das famílias e obter os resultados que ambiciona.
Num estudo de 2024, feito por investigadores da Faculdade de Psicologia e Ciências Educacionais de Cluj-Napoca (Roménia), foi investigado o papel de dois fatores cruciais - a ligação emocional e o contacto com os pais - como medida da relação entre o grau de funcionalidade da família e o sucesso académico das crianças. Além de se confirmar avanços feitos em estudos anteriores quanto à importância fulcral do vínculo parental e familiar no sucesso académico das crianças, descobriu-se que o grau de funcionalidade da família, medido através do contacto emocional e físico com as crianças, é determinante no seu percurso educativo.
Concluiu-se que, apesar das relações entre o funcionamento da família e o sucesso académico serem complexas, quando o funcionamento familiar melhora as ligações emocionais, o contacto parental é também facilitado havendo um impacto substancial no sucesso académico dos estudantes.
Por isso, investimos diáriamente na promoção de relações familiares positivas e na comunicação criança-progenitores para que entre os nossos estudantes, os resultados académicos sejam, no geral, melhorados. A versão completa (em inglês) do artigo está na secção abaixo "leituras-mais-longas".
Com base na investigação realizada em neurociência afectiva, hoje é certo que as emoções estão ligadas ao nosso sistema evolutivo de motivação. Os sentimentos servem para sinalizar como estamos a ler o ambiente à nossa volta e estão desenhados para mobilizar e conduzir uma resposta comportamental de adaptação ao ambiente em que vivemos.
As emoções "positivas" são rotuladas como tal porque são sentidas como boas ou agradáveis. Por outro lado, as emoções "negativas" estão relacionadas com a ameaça e são rotuladas assim porque são sentidas como desconfortáveis ou dolorosas, fazendo parte do sistema de alarme do corpo.
Os sentimentos não estão desenhados para nos fazer acalmar nem para os sentir realmente e por isso muitas vezes não estamos conscientes do nosso estado emocional. O nosso cérebro apenas precisa de registar um determinado sentimento, o tempo suficiente para nos orientar para aquilo que é importante fazer, no ambiente em que estamos, e ativar vários sistemas físicos e comportamentais para alimentar uma ação para a frente ou para trás.
As crises existenciais acontecem, geralmente, em períodos importantes de transição ou reflexão profunda. São caracterizadas pela incerteza e sobrecarga sentida por aqueles que se apercebem que pode faltar um sentido à sua Vida, podendo conduzir a sentimentos de ansiedade, desespero ou confusão. Elas estão associadas a um impacto negativo na nossa Vida, mas podem ser vistas como uma oportunidade de mudança para aqueles que as sentem em primeira mão. Para ultrapassar estas crises, sejamos adolescentes, jovens ou adultos é crucial termos o suporte dos nossos familiares e amigos e expressarmos genuinamente aquilo que sentimos. Evitar o isolamento, encontrar alegria nas pequenas coisas e focarmo-nos no que conseguimos controlar podem ajudar a ultrapassar esta fase mais conturbada das nossas Vidas. O artigo que serviu de inspiração para esta leitura-de-5 minutos encontra-se abaixo disponível.
As crianças brincam - elas exploram, imaginam, executam, criam, correm, saltam e riem. É a linguagem universal da infância. Não é preciso dizer-lhes que brinquem; elas, simplesmente, fazem-no naturalmente. Porque é importante a brincadeira? De acordo com o Psiquiatra Stuart Brown, a brincadeira é um comportamento importante para o bem-estar - sem falar da sobrevivência - de animais, especialmente daqueles de maior inteligência. O bem-estar não é uma emoção passageira ou uma experiência temporária agradável. É um estado de existência ideal que resulta de um envolvimento com a vida, quando há perceção do potencial humano de cada um nas dimensões mental, física, espiritual e relacional, que contribui para algo maior que a pessoa. De acordo com a psicóloga Sonja Lyubomirsky, até 40% da felicidade é afetada pelos nossos comportamentos: como pensamos e agimos todos os dias. (O resto da nossa felicidade é um misto de genética e circunstâncias da Vida). Isso dá-nos uma quantidade significante de controlo sobre o nosso bem-estar e torna as nossas atividades intencionais - aquilo que escolhemos fazer no nosso tempo livre - ainda mais importantes.
Como educadores, esforçamo-nos para preparar os nossos jovens para o mundo real que existe em torno deles. Ensinamo-los a ler, escrever e calcular. Depois, há as habilidades menos tangíveis, tais como trabalhar em equipa, pensar de forma crítica e ser curioso com as coisas que se encontram no dia-a-dia.
Queremos prepará-los para, quando forem adultos, serem capazes de liderar uma vida produtiva e bem-sucedida. Mas, o que espera os nossos jovens no futuro? Podemos não saber exatamente o quê mas, como adultos, temos a vantagem de saber que habilidades eles precisarão assim que entrarem na idade adulta:)
Para saber mais, leiam o artigo (em inglês, mas vale a pena) na secção recomendamos (abaixo).
Pois é! A criatividade precisa de cair, de se esfolar e de voltar a levantar-se, tal como o dramaturgo Samuel Beckett escreveu um dia: "Tentar outra vez. Falhar outra vez. Falhar melhor". Ser criativo é ver mais longe (ou mais perto) do que a primeira vista alcança. É usar uma segunda, terceira e quarta vista. É sempre um processo com 4 etapas: preparação, incubação, inspiração e, finalmente, concretização! Da mesma forma, para se chegar a uma ideia brilhante, é preciso primeiro estudar, depois observar de todos os ângulos e, por fim, ser capaz de fazer uma associação surpreendente!
É na família que se aprende sobre a democracia e a igualdade, e se pratica a divisão e a partilha de tarefas domésticas, a negociação, a resolução de conflitos e tensões, o cuidar dos outros. Além dos afetos, do convívio, da amizade, do apoio, também há um aspeto de aprendizagem mútua e recíproca entre gerações.
Janeiro 2024 |Ler artigo completo aqui (artigo em inglês).
Novembro 2024 |Ler artigo completo aqui (artigo em inglês).
Outubro 2024 | Ler artigo completo aqui (artigo em inglês).
Outubro 2024 |Ler artigo completo aqui.
Setembro 2024 |Ler artigo completo aqui.